quinta-feira, 23 de julho de 2009

Competências

Há cerca de algumas semanas deu-se um acidente na A8 que testemunhei e onde um autocarro de passageiros se despistou. Vi um aparato de bombeiros como nunca vi e testemunhei, talvez pela primeira vez, pessoas que podiam estar a minutos da morte sendo freneticamente assistidos por bombeiros e enfermeiros com as massagens cardio-respiratórias.

Enquanto assistiamos aquilo (a autoestrada ficou cortada) pensei no quanto era importante termos tido na escola um curso de primeiros socorros para podermos ter dado assistência de imediato às pessoas daquele acidente. Como não tinhamos esse curso elas tiveram ali muitos minutos em espera e em agonia.

Mas não foi só aquele pensamento que me deixou deprimido. Constatei também que uma parte das pessoas que ali assistia comigo ao desenrolar do acontecimento estavam a tirar fotos do acidente com o telemóvel.

Que pobres somos nós quando uma tragédia se nos depara. A diferença que podiamos ter feito e não fizémos.

2 comentários:

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Olá Jeremias.

Acredito que seja um sentimento de impotência... não poder fazer porque também não se sabe como.

Concordo contigo. Talvez devesse haver na escola algum curso desse tipo, mas não havendo, devíamos ser nós a procurar onde o fazer. Não só para podermos ajudar caso nos deparemos com tragédias deste nível, mas também porque acho que nos sentiríamos mais "seguros".

Helder disse...

Embora seja triste, dá a sensação que as pessoas, por trás de um ecrã (neste caso de telemóvel) se sentem como alienadas de toda uma situação. É como se estivessem a ver um filme que as distância da ocorrência... só que nesse caso, o “filme” é real e está mesmo à frente delas.

Daí que, concordando com o comentário da Vodka: "seja todo um sentimento de impotência...não poder fazer porque também não se sabe como".

Se tivessem tido um curso de socorrismo talvez a reacção fosse outra...

Embora seja triste, dá a sensação que as pessoas, por trás de um ecrã (neste caso de telemóvel) se sentem como alienadas de toda uma situação. É como se estivessem a ver um filme que as distância da ocorrência... só que nesse caso, o “filme” é real e está mesmo à frente delas.

Daí que, concordando com o comentário da Vodka, seja todo um sentimento de impotência...não poder fazer porque também não se sabe como.

Se tivessem tido um curso de socorrismo talvez a reacção fosse outra.

Isto faz-me lembrar algo que me contaram, não sei se anedota, ou se verídica:
Tinha havido um acidente de viação, muita gente assistiu e passaram a tirar fotos de telemóvel do caso, até que um dos sinistrados, passados uns belos quartos de hora lhes perguntou:
Já alguém chamou o pronto-socorro?

(Espero que tenha sido anedota, porque a resposta foi negativa.)

"Vale a pena pensar nisso".