quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A BUFARIA por Marinho Pinto em JN 2010.02.14

O caso Mário Crespo não é um problema de liberdade de informação, mas (mais) um sintoma da degradação a que chegou a comunicação social. Uma conversa privada do primeiro-ministro, num restaurante, sobre um jornalista que há anos o critica publicamente, é prontamente denunciada ao visado que logo tenta criar um escândalo político.
Sublinhe-se que ambos são figuras públicas com direito a terem, uma da outra, as opiniões que entenderem. Apenas com um senão: nem José Sócrates poderá usar os seus poderes de primeiro-ministro para perseguir o jornalista Mário Crespo, nem este deverá usar os meios de que dispõe como jornalista para perseguir o primeiro-ministro.
Porém, os jornalistas, em geral, julgam-se no direito de publicar as opiniões que quiserem (por mais ofensivas que sejam) sobre os governantes (mesmo violando as regras éticas do jornalismo), porque entendem que isso é direito de informar. Mas se os visados emitirem a mais leve opinião sobre esses jornalistas isso é um ataque à liberdade de informação.
O jornalismo português tem vindo a degradar-se por falta de referências éticas. Hoje, tudo vale para obter informações, incluindo o recurso a "bufos". Nos tempos do Estado Novo usava-se esse termo para designar as pessoas que davam informações à polícia política sem que ninguém desconfiasse delas. Geralmente eram da confiança das vítimas. Faziam delação às escondidas, por dinheiro ou simplesmente para tramar os visados. Agora continua-se a denunciar pessoas a quem as possa tramar. Os "bufos" são os informadores privilegiados dessa nova polícia de costumes em que se transformaram certos órgãos de informação de Lisboa.
Vejamos alguns exemplos. Há alguns anos, um político e professor universitário (Sousa Franco), por sinal meio surdo, conversava tranquilamente num restaurante. Numa mesa ao lado, uma jornalista (talvez disfarçada de costeleta de borrego) tomava notas da conversa, sem que os visados se apercebessem. Dias depois o teor da conversa era manchete num semanário de Lisboa. Também há alguns anos, um professor do ensino secundário (Fernando Charrua), conversando com um colega no gabinete deste, emitiu sobre o primeiro-ministro uma daquelas opiniões que só se expressam em conversas privadas. Pois, logo o colega o foi denunciar aos superiores hierárquicos. O mesmo aconteceu com um juiz conselheiro que, numa conversa a dois com um colega, emitira o mesmo tipo de opinião sobre o Conselho Superior da Magistratura. Logo o colega o foi denunciar ao CSM. Mais recentemente, um magistrado do Ministério Público que, durante um almoço com dois colegas, opinara sobre um processo de que estes eram titulares foi de imediato denunciado por os ter "pressionado".
Hoje não se pode estar à vontade num restaurante, porque ao lado pode estar um "bufo" a ouvir a conversa para a ir relatar ao seu tablóide preferido. Até a factura da refeição pode ser útil para o mesmo fim. A privacidade deixou de ter qualquer respeito ou protecção. Os meus rendimentos, constantes da minha declaração de IRS, foram obtidos ilicitamente nas finanças e andaram a ser oferecidos a alguns jornalistas de Lisboa até que um deles os publicou. Tudo para tentar desqualificar-me como advogado, mostrando que, supostamente, eu ganhava mais como jornalista.
A sordidez desse tipo de jornalismo traz-me à memória um episódio ocorrido há cerca de 20 anos em que se chegou ao ponto de tentar fazer uma notícia sobre uma consulta de ginecologia de uma dirigente política, que na altura desempenhava funções governamentais. Tudo isso é possível porque o jornalismo está em roda livre, sem qualquer regulação e a própria justiça, em vez de corrigir esses desvarios, coonesta-os e acaba por também recorrer a eles.
Por mim tomei vários cuidados. Evito conversas em restaurantes, já não falo ao telefone e mesmo no meu escritório já tomei as devidas precauções. Perdi toda a confiança nas comunicações em Portugal porque a deriva fundamentalista e justiceira de muitos dos nossos magistrados mostra que qualquer pessoa pode estar sob escuta, incluindo as mais altas figuras do Estado. Por isso, não falar ao telefone é hoje um gesto tão prudente como o era no tempo da ditadura. E mesmo como advogado, já retirei do meu escritório quaisquer elementos que possam ser usados contra alguns dos meus clientes, pois é normal em Portugal fazerem-se buscas a escritórios de advogados, com mandados em branco, ou seja, com ordem para apreender tudo o que possa ajudar a incriminar os seus constituintes.
O Meu Comentário - Os partidos da Direita, abrigam ainda muitos saudosistas dos métodos fascistas que, são aproveitados hipocritamente pelo BE de braço dado com o PCP, para montar o circo de tentativa de descrédito do Governo, formado pelo partido que ganhou democraticamente as eleições Legislativas. A antiga PIDE não faria melhor que esta nova PIDE constituída por jornaleiros, alguns pseudomagistrados, pseudojuizes, apoiados por deputados frustrados, que por incompetência ou incapacidade não conseguem acompanhar o sucesso dos outros. Eles podem dizer o que querem, quando querem e onde querem, o PM não pode ter opinião sobre quem o critica, insulta, enxovalha e difama, logo está a conspirar. Haja paciência!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

...O que podes fazer pelo país...

Boas cá estou de novo...
Esta semana só trago o exemplo do que se pode fazer pelo país quando se trabalha no estrangeiro...
Neste caso, é um "marketeer" português que é o responsável pelo escritório ibérico em Madrid, da empresa americana "Bloom Consulting", que consultadoria em estratégia e desenvolvimento do conceito "marca"(branding)...
Este português fez um documento que aqui deixo sobre o que deve ser a "marca portugal" e os pontos fortes do indivíduo português que nos podem diferenciar em qualidade, neste mundo globalizado e de intensa competição...
O documento é de acesso livre e gratuito e pode ser aplicado em pequenas, médias ou grandes empresas, porque o conceito é abrangente...
Vejam a sério,ao princípio parece que é mais um documento "pesado" e teórico mas acreditem está simples, claro e colorido...e "perdem"(ou ganham) 10 minutos...
Chama-se "RealCriativity" está no site www.bloom-consulting.com obriga a um registo, mas é rápido e não incomodam com "spam"...
Jaquim Pimpão

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As escolhas de Jeremias (2)

Esta semana, e mais uma vez, recomendo um filme.
Trata-se de "Homens que matam cabras só com o olhar" e é um filme "paródia" às questões do paranormal. Quando acreditamos em algo, até que ponto é que a nossa crença influencia a interpretação que damos aos factos? Neste filme procura-se dar uma resposta, do ponto de vista do humor.
É um filme que nos pode fazer pensar, se olharmos para as suas questões seriamente.
Deixo-vos, abaixo, uma das canções do "soundtrack": Boston, "More than a feeling".

Jeremias recomenda.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Futebolando

Boa tarde a todos!

Esta semana não perdemos... mas também não ganhámos... houve folga de campeonato, eheh!! Não tivemos jogo, houve uma mega folga :p

Sem querer alimentar muito mais um debate que já vai longo, amigo taberneiro Pimpão, devo dizer-te que não me adiantei, pq a tua situação ñ tem a ver com aquela que tento explicar. O que digo é quando aqui no país ñ temos qqr tipo de hipótese de trabalho e temos mesmo que recorrer ao estrangeiro para nos sustentar, ora tu ñ precisaste disso pq ou no estado ou no privado lá te vais desenrascando. E o que fizeste, apesar de teres que te deslocar por longas jornadas ao estrangeiro, foi arranjares trabalho numa empresa de cá. Mas adiante, já vi que com esta conversa cada um fica na sua!

Falando agr de outros assuntos, esta semana foi algo atípica, vimos o FCP ficar a alguns pontos do lugar cimeiro, coisa que já ñ acontecia há imenso tempo. Será este o ano que eles deixam o título para outra equipa? Se tal acontecer penso que será só no futebol pois noutros desportos, como por exemplo no hóquei em patins, já se preparam para o seu oitavo título consecutivo. Terão eles uma fórmula escondida que os outros dirigentes desconhecem?? Não sei mas lá que conseguem montar equipas vencedoras em quase todas as modalidades é um facto.

Por hoje é tudo,

Pipas de Vinho,

Torrão de Alicante

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As escolhas de Jeremias

Esta semana vou usar o meu tempo de antena para recomendar um filme. Chama-se "Nas nuvens" e tem o Clooney.
Nunca fui grande apreciador do tipo de filmes que Clooney gosta de participar, mas este supreendeu-me pela positiva. Fala de um homem que, num mundo onde metade da população está em lay-off, tem como emprego a delicada tarefa de despedir pessoas (em nome de patrões que não têm coragem de o fazer). É impossível ver o filme e ficar indiferente às emoções das várias pessoas com que Clooney se cruza.
Como bónus, o filme fala também das relações afectivas da esfera pessoal, e como doi quando se decide "despedir alguém" da nossa vida.

Jeremias recomenda.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

..."Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti...

...Mas antes pergunta o que podes tu fazer pelo teu país"...discurso do presidente dos USA, John F. Kennedy nos anos 60, esta frase já muito conhecida e "antiga" mas penso muito actual para ser dita e repetida à sociedade portuguesa...
Adoro e gosto de uma boa discussão de peito aberto sem fingimentos ou ressentimentos...
Vou hoje exercer um direito de resposta que penso ter direito, a propósito da menção honrosa que a minha ilustre colega taberneira Torrão fez no seu post a propósito de um comentário que fiz ao seu penúltimo post...
Penso que involuntáriamente ela mencionou o meu exemplo pessoal, como se eu fosse o médico que está no consultório a fumar e dá uma reprimenda ao paciente porque este fuma, básicamente foi isto que ela quis dizer...
Errado amiga é que se calhar eu não sou o melhor exemplo para demonstrares os teus pontos de vista...
E passo a explicar, conheces alguém que tenha concluido o seu curso superior tirado e pago integralmente como trabalhador estudante a tempo inteiro numa empresa do Estado, que com 12 anos de antiguidade e contrato a termo incerto mais um conjunto de regalias (mordomias) que após verificar que internamente nessa empresa a sua progressão seria noutra area que não a que para qual estudou, que seria colocado mais ano menos ano num gabinete em Lisboa com horário das 9h às 17h em que a seu trabalho quer fizesse muito ou pouco nada influenciaria no seu chorudo ordenado pago ao dia certo quer haja ou não crises económicas...conheces alguém que tenha abdicado desta pseudo estabilidade para aceitar um cargo numa pequena empresa com 2 anos existência, que pretendia alguém para o mercado internacional mas com formação no marketing para aplicar dentro da empresa e que dirigisse a expansão internacional?
Pois é, amiga eu troquei um futuro estável de dinheirinho certinho sem grandes chatices por um valor que para mim é muito superior a minha realização profissional numa empresa onde as minhas ideias contam, onde sou ouvido onde sou pressionado, motivado e onde sou recompensado se produzir mais...a grande maioria das pessoas deste país (99,9999%) faria o que eu fiz...
Mas mais, a condição que eu impus para aceitar o cargo não foi monetária, foi o poder concretizar uma ambição pessoal, o poder trabalhar no estrangeiro...
Como a empresa é recente cada passo tem que ser dado com solidez e grande ponderação portanto entrei na empresa e verifiquei que existia uma estratégia de internacionalização delineada no papel agora passou-se à acção e isto requer ir ao terreno analisar as condições do mercado em multiplos aspectos, a seguir decidir qual o melhor caminho e depois implementar (agir)...
Ora como, referiste já estive no terreno a recolher dados, já fizemos a análise necessária de Outubro até Janeiro e já estamos no terreno a proceder à instalação da empresa em Marrocos, da qual eu serei o responsável no terreno, o que fará inverter o ciclo com qual me iniciei na empresa, ou seja, vou ter que estar em permanência períodos de 3 a 4 semanas seguidas em Marrocos e estar 1 semana aqui e este é só o primeiro mercado porque o plano de expansão pressupõe outros mercados os quais serei eu também o responsável...
Como vês falaste cedo demais mas não levo a mal...
Não quero nem devo ser exemplo para ninguém mas se muitas vezes fizessemos como diz um autor de quem já falei aqui o Paul Arden que escreveu um livro pequenino chamado "Whatever you think, think the opposite..." este ensinamento ajudou(a)-me nos exames quando estava enrascado e como ensinamento de vida muitas vezes faço isto, e é interessante como abrimos os horizontes...

Jaquim Pimpão

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bom dia!

Olá a todos!

Mais uma semana e uma vez, vejo que a malta anda - ou sem tempo ou sem ideias... mais uma semana negra para tasco e para os seus frequentadores. Estamos mesmo em crise...

Mas vamos ao que interessa!
Não quero deixar sem resposta o nosso amigo taberneiro Pimpão. Ele acha que o ir lá para fora devia ser a 1ª e não a última opção. Pois é, por isso é que ele foi para o estrangeiro...que eu saiba faz a sua vidinha por cá e não lá fora -(embora tenha que lá ir com alguma frequência, o trabalho é cá).

Depois acha que seremos uma mais valia ao regressarmos com mais "calo", mais experiência mas pelos contactos que tenho de amigos que foram lá para fora só querem voltar na reforma. Agora pergunto: "Como é que esta situação beneficia o país? Se a malta só volta na reforma, como vai poder ajudar com a sua experiência? Eu falo por mim, se tiver que ir para fora não volto tão depressa porque se o país não me deu a mão na altura em que eu mais precisei, não é depois quando já estiver bem que aceito voltar. Eu sou fiel aqueles que me ajudam, que me dão o empurrão.

Claro que isto é só a minha opinião mas é assim que penso e que ajo.

Pipas de Vinho,

Torrão de Alicante

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Olá!

Bonoite a todos!

Estou de volta! Tenho que pedir desculpa a todos pela minha ausência na semana passada mas fui para casa da minha avó e lá não tenho internet. Sei que podia ter tentado escrever antes de ir mas não deu mesmo. Hoje também a noite já vai longa e só agora tive oportunidade de abrir o tasco.

Esta semana não tivemos jogo oficial apenas um jogo de treino para tentar manter a malta ocupada.

Estou a tentar acabar a minha licenciatura este ano lectivo mas ai começa o problema, será esta a altura certa para o fazer? Será que se arranja algo? Ou teremos que nos redimir ao estrangeiro?

Tenho pena que a nossa mão de obra qualificada e com espírito empreendedor se ausente do país, ajude outros países com toda a sua energia e nos deixe. Contudo, se aqui não nos dão hipótese, se não há emprego e se as cunhas valem mais que o conhecimento, então tenho que concordar...só mesmo no estrangeiro.


Pipas de Vinho,

Torrão de Alicante