Fundamentalismos

Nesta semana que passou o candidato ao PS ao Parlamento Europeu, Vital Moreira, foi atacado por supostos militantes do Partido Comunista. Embora a comunicação social desse particular importância à questão de saber se um partido deve pedir desculpa pelos exageros dos militantes (uma coisa que já é discutida nos clubes de futebol em relação aos exageros cometidos pelos adeptos) aquilo que mais me preocupou é o de saber que o fundamentalismo político existe entre nós.

Aparentemente, revela o episódio, há pessoas em Portugal que acham, tal como vemos nos filmes de Hollywood sobre a máfia, que "uma vez do partido, é-se sempre do partido" e não perdoam a um militante que tem o atrevimento de sair por pensar diferente.

Se nos chocam os episódios de fundamentalismo religioso que vemos um pouco por todo o mundo (e se cabe à sociedade civil alertar para e não tolerar tais fanatismos) não é menos verdade que o fundamentalismo político é igualmente mau. A liberdade conquistada pelo 25 de Abril deve ser preservada e estimada, costumam dizem alguns. Não deixemos que pequenos episódios como este passem despercebidos. Afinal de contas, e se pensarmos que Soares já foi agredido na Marinha Grande, há aqui um padrão que pode revelar uma certa intolerância que, se não for denunciada, pode crescer e causar grandes males.

Para reflectir.