quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Agora chorem

Reproduzo hoje na íntegra um artigo publicado pelo jornalista António Ribeiro Ferreira no jornal Correio da Manhã e que começa a ser difundido via email.

A excelência do artigo está na sua frontalidade e no facto de nos dar a conhecer a outra face da História Ocidental, aquela que os nossos livros escolares, políticos e comunicação social não ousam trazer ao palco das discussões.

Não concordo com tudo o que está escrito neste artigo. Mas considero este artigo de leitura quase obrigatória.


Agora chorem


A vitória de Barack Obama é um grande triunfo na história dos Estados Unidos. A frase foi dita por George W. Bush e mostra até que ponto o que aconteceu no dia 4 de Novembro é o sinal óbvio de que a América não é só a terra dos sonhos como da liberdade. A Europa anti-americana tremeu de emoção pelas piores razões.
A Europa anti-americana que ainda hoje recorda com azia que foi salva na I Grande Guerra Mundial, na II Grande Guerra Mundial, na Guerra Fria e agora na Guerra contra o Terrorismo por essa pátria de bárbaros incultos, sem história, que, sabe-se lá porquê, é só a maior potência mundial. A Europa anti-americana ainda não percebeu que, a partir de agora, só terá autoridade para exibir a sua arrogância quando eleger um negro para presidente ou primeiro-ministro de uma das suas repúblicas ou monarquias. Mas é evidente que a Europa e os anti-americanos por esse mundo fora tremeram de emoção no dia 4 de Novembro pelas piores razões. Esperavam certamente que Barack Obama fosse ao encontro dos seus desejos e destruísse um País que ama a liberdade e que ama sonhar, mesmo nos momentos mais dramáticos. Foi assim em 1929 como o foi em 11 de Setembro de 2001. Esperavam certamente que Barack Obama desistisse de lutar contra os inimigos dos EUA e seguisse as directivas políticas e económicas de Paris, Londres, Moscovo ou Berlim. Puro engano.
Nestes poucos dias que leva como presidente eleito, Obama já deve ter desiludido muitos dos que choraram na noite de 4 de Novembro. Mantém o apoio ao sistema antimíssil na Europa, a instalar nomeadamente na Polónia, avisou o Irão de que não vai tolerar o nuclear, deixou bem claro ao presidente iraniano que deve deixar de apoiar terroristas, apoia o reforço da presença militar no Afeganistão, respeita o calendário de saída do Iraque e está totalmente ao lado do Estado de Israel para o que der e vier. Outro dado adquirido é que os europeus vão ter de começar a pagar muito mais para continuarem a ter uma vidinha segura à custa não só do dinheiro como da vida de milhares de jovens norte-americanos. E se na política externa as coisas seguem no bom caminho, é mais do que certo que os EUA vão ultrapassar a crise muito mais cedo do que esta Velha Europa cada vez mais mal frequentada, cheia de fantasmas e de medos.
Obama ganhou. Ganharam os Estados Unidos, foi uma vitória da liberdade. Perderam os anti-americanos, foi uma derrota do terrorismo. Agora chorem de verdade.

3 comentários:

Jaquim Pimpão disse...

Pois é os políticos europeus estvama a pensar que "...porreiro...o preto...é burro" estão redondamente enganados...
Antes pelo contrário B.Obama está a dar cartas e ainda não tomou posse, a escolha das pessoas para a sua administração, está a ser rigorosa e com base na pessoa mais qualificada para exercer o cargo "x" ou "Y", independentemente da "cor" partidária. Daí estar a convidar algumas pessoas que fazem parte da administração Bush, é uma lição de competência a todos os títulos notável...

Jaquim Pimpão

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Isto só prova que não nos enganámos quanto aos americanos.
Afinal a tão proclamada mudança de mentalidades destes, não é assim tão radical. Só provam que continuam os egocêntricos do costume, que gostam de ser proclamados salvadores de Pátrias (principalmente as que não são suas), continuando a afirmarem-se como os melhores (convencidos) do mundo.

Enfim... "God save America..."

Black Label disse...

Falar sobre a capacidade ou a seriedade do Sr. Obama, parece-me ainda demasiado especulativo. Avaliar a sua actuação em termos de políticas externa, em função das posições tomadas até ao momento, peca por defeito. O Sr. Obama tomou as posições que surgem como as mais naturais. Não podia assumir outras que não fossem aquelas. Avaliar a sua capacidade de decisão a nível interno pelas opções que tomou na escolha do seu executivo, é demasiado incerto. Escolher pessoas comprometidas com o partido republicano, sob a capa do seu profissionalismo, surge como uma boa desculpa para congregar a opinião pública americana em função daquilo que será a sua futura administração. Ou, quem sabe, se não está na hora de começar a pagar alguns apoios político recebidos ao longo da campanha, que possibilitaram a sua eleição!