quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Noruega - para pensar (de um email)

"Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo(às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dosseus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que umserão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade enunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.
A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nívelsalarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis aoargumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparenteque não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem emauto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nemem Expos e Euros
É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fugaao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados«devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedadesmóveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal,país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» ospoucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica.
Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresáriosportugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, jáagora, os políticos. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que osministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suasfrotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratampor tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, comvidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos.Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluemo ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia paraassuntos verdadeiramente importantes.
Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» comdespesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contaspúblicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaramum tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbarataremmilhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo poruma boa causa.
Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congénereslusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seusjogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola. Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que alimontaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculopolar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Aotempo para viver e à segurança social." "Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos deapontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamampor messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado»,para depois exigirem isenções e subsídios
tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós. Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.

3 comentários:

Hum... vodka limão, p.f. disse...

De facto , dá que pensar.

Não é à toa que este país possui elevados índices de desenvolvimento e PIB per capita.

É sem dúvida um exemplo a seguir, mas que sinceramente, quase parece utópico no país em que vivemos.

Chiquita do Amori disse...

Quando converso com a minha irmã sobre Ângola, fico estupefacta com as situações caricatas que me descreve. É sem dúvida um país no qual se regista um grande atraso civilizacional, do qual Portugal (meus amigos)também não escapa.....Fala-se em corrupção excessiva em Ângola e em Portugal????

Jaquim Pimpão disse...

É tudo muito verdade existem alguns pormenores importantes e a ter em conta...
A Noruega é um país produtor de petróleo, que lhe tem garantido um alto pib per capita e são só 4500 milhões de habitantes...
No entanto existem outros países produtores de petróleo que não tem o nível de vida dos noruegueses (nem perto) daí a Noruega ter mérito na gestão dos seus escassos recursos...
E reparem não são nenhuns santinhos, sabiam que os noruegueses já recusaram em 2 referendos a entrada na União Europeia e o motivo é igual ao da Suiça é entrarem como países contribuintes liquidos para o orçamento financeiro...