terça-feira, 9 de dezembro de 2008

...O país dos "Tótós"...

Ora, muitas boas tardes...

Hoje vou falar de um fenómeno curioso, que é também uma teoria pessoal...acerca do tratamento das estatísticas portuguesas...
Porque há coisas que não me encaixam na cabeça, e como me ensinaram a ser racional e lógico no pensamento, depois não consigo perceber certas estatísticas...
E principalmente penso que somos uns "totós", ao nível da União Europeia, porque enviamos as estatísticas todas certinhas e direitinhas para o Eurostat(instituto da UE que trata as estatísticas de todos os países da UE)e para a OCDE, instituições mui nobres mas que não estão imunes a "lobbys" e a "sofrerem" fraudes estatísticas por parte de certos países que convenhamos não são de grande "honestidade" na sua actuação...

E agora, imagino que estejam a pensar "...mas do que é que ele está falar..." por isso, vou dar exemplos, Portugal aparece neste momento como o 18º país entre os 27 da UE ao nível do rendimento (PIB-Per Capita) no entanto, apesar de sermos fraquinhos no rendimento, estamos entre os 2 primeiros no consumo de droga...ou seja, não temos muito dinheiro mas o pouco que temos é gasto em droga, que me digam que somos a maior porta de entrada da Europa de droga, concordo porque temos uma vasta costa com uma vigilância reduzida e fraca em termos de recursos humanos e meios disponiveis.
E os países mais ricos (Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, França) aparecem atrás de nós no consumo de droga, eu já estive em alguns destes países e não me parece que a estatística esteja correcta...
O que eu penso que acontece, é o seguinte aqui os "tótós" quando são pedidas as estatísticas ao INE, eles enviam tudo certinho enquanto que existem países que enviam sim senhor mas manipuladas e depois dá nisto...

Para a OCDE nós somos dos países mais atrasados ao nível da educação, o que não deixa de ser verdade, no entanto existem alguns aspectos que tem que ser tidos em conta, enquanto que os americanos à muitos anos que utilizam o famoso método do "teste americano" para todos os níveis de ensino, o que convenhamos é bem mais fácil que os exames que o nosso país realiza, ou melhor realizava porque parece que também enveradamos por este caminho neste momento...
É lógico que com este método é bem mais fácil ter licenciados, ou com cursos médios(12º)coisa que nos faz falta, ou seja, outros países há muito tempo que optaram pelo caminho do facilitismo na educação e depois aparecem nos rankings (da OCDE) muito bem colocados e aqui os portugas ficam para último...

E "Bolonha" veio uniformizar pela bitola anglosaxónica e americana, daí a grande complexidade e dificuldade do nosso país em se adaptar a "Bolonha"...

Neste momento, o governo optou por fazer o nosso país subir uns degraus nas estatísticas internacionais, em detrimento da "qualidade" se está bem ou mal, não sei mas se os outros fazem é "legitimo" que Portugal vá pelo caminho do facilitismo...


Jaquim Pimpão

2 comentários:

Jeremias disse...

É uma visão negra...
Queres dizer que nem a "mafiar" os números somos bons???

Acho que todos os países "elevam" as suas estatísticas... mas há coisas objectivas, como o salário mínimo, que não dão para enganar... Portugal ainda está na cauda

Black Label disse...

Nunca acreditei que as estatísticas fossem o espelho da realidade. No entanto são, na sua maioria, indicadores que podem evidenciar problemas cuja resolução urge. Há, contudo, uma que desde cedo me fez perceber que as estatísticas servem principalmente a quem as divulga: A adesão à greve! Seja geral, do sector dos transportes, dos professores, médicos, enfermeiros ou outra greve qualquer, como é possível os números divulgados pelos empregadores e pelos sindicatos seram tão díspares?