terça-feira, 29 de julho de 2008

Gostar ou não...eis a questão!!!

Para a minha estreia num blog vou falar sobre um tema, ou talvez melhor, uma matéria da qual gosto bastante: Matemática. É uma ciência exacta e, talvez por isso, seja a minha preferida. Embora esteja cada vez mais presente em qualquer área profissional, infelizmente é uma disciplina da qual nem todos os alunos gostam. Apesar de já ter sido há alguns anos, recordo-me de alguns dos meus colegas escolherem os cursos que poderiam seguir, em função das provas de acesso ao ensino superior terem ou não a matemática como obrigatória. Acho que isto é um pouco triste. Alguns queixavam-se que não tinham tido bases e que, por isso, não percebiam nada! É aqui que acho que está o ponto essencial da questão.

Na minha opinião, o gosto pela matemática, tem começar no ensino básico. Para incentivar esse gosto pela disciplina, as matérias não devem ser ensinadas de forma abstracta. Sim porque, matemática não é só fazer contas! Há que explicar porque é que se fazem essas contas!

Estou feliz com o facto do meu filho, que acabou agora o primeiro ciclo do ensino básico, me dizer que gosta muito de matemática. Fui-me apercebendo, ao longo destes últimos 4 anos que a professora dele teve a preocupação de que falo: ensinar a matemática pelo lado prático. E dou um pequeno exemplo: Se quisermos saber quanto é 150:54, fazemos a conta na máquina de calcular e o resultado é 2,77(7). Ou então, manualmente, utilizando o algoritmo da divisão, o quociente é 2 e resto 42. Mas, como disse anteriormente, os resultados obtidos, são completamente abstractos. Mas, se dissermos que 150 é o número de alunos que vão a uma visita de estudo e 54 é o número de lugares de cada autocarro, então o resultado já tem significado: 2 é o número de autocarros que vai completo, há um terceiro autocarro que leva os restantes 42 alunos e que fica com 12 lugares livres. Para além de estar a ser dado um sentido prático aos números, é estimulada a capacidade de raciocínio.

Sei que nem todos os alunos têm apetência para todas as disciplinas. Mas, o que quero dizer e, em jeito de conclusão, é que devia haver a preocupação de que todos os alunos assimilassem e compreendessem as regras básicas. Na minha opinião, é essencial para que os alunos vão mais longe no ensino da matemática.

E agora a parte divertida:

O número 1 e o número -1 estavam a conversar.
Diz o 1:
- Nota-se pela tua cara que estás mesmo deprimido... É por seres negativo?
- Pá, isso é o menos...

E um desafio:
Diz um pastor para o outro:
-Se eu te der uma ovelha das minhas, ficas tu com o dobro das minhas; se tu me deres uma, ficamos iguais.
Quantas ovelhas tem cada pastor?

…Fácil não é?
O primeiro a acertar tem direito a um petisco à escolha e a uma lata de “TascaRade” fresquinha oferecidos pelo tasqueiro Jaquim Pimpão!

8 comentários:

Jeremias disse...

Olá,

Sê bem vinda a esta tasca.

Em minha opinião, concordo que a matemática, como em qualquer outra ciência deve haver uma preocupação do professor em mostrar o seu lado prático; isto é especialmente importante quando falamos de crianças porque, como nos mostrou Piaget, há dificuldade em lidar com o abstracto e a preferir-se o concreto.
Pode-se chamar a isto "motivar" para a matemática e preocupa-me o facto de ver alunos no ensino superior a pedirem ao professor que "os motive" ou "os professores não sabem motivar". Na minha opinião se um jovem de 18 anos ainda precisa, como uma criança, de ser "motivada" para compreender a utilidade de uma matéria ou do curso em que está, decididamente não está no curso certo.

Quanto ao desafio: um tem 7 ovelhas e outro tem 5.

Basta, segundo o enunciado, e traduzindo o "portugues" em "matematês" resolver o sistema de equações:

x + 1 = 2 ( y - 1 )
x - 1 = y + 1

Acertei, sra. Professora????

Anónimo disse...

Obrigada Jeremias, pelas boas vindas. Já me sinto em casa! Gostava imenso de ter sido professora mas o destino deixou-me numa paragem ao lado. Quanto ao desafio, o resultado está certíssimo bem como a tradução do enunciado através do sistema de duas equações a duas incógnitas. Ganhaste o prémio…

Chiquita do Amori disse...

Antes de mais, muito obrigada pela tua participação na tasca.
É curioso, cheguei a comentar este assunto com os meus amigos à algum tempo atrás...realmente, acho que tens razão quando dizes que "para incentivar o gosto pela disciplina, as matérias não devem ser ensinadas de forma abstracta".
Fossem todas as matérias explicadas com alusão a casos concretos da vida e com toda a certeza haveria outro gosto pela disciplina.
Contra mim falo, quando frequentei a disciplina de matemática no ensino superior, tive muita dificuldade em perceber os seus conteúdos. Inclusive, tinha pouca motivação para aquela disciplina. Não conseguia perceber a sua verdadeira utilidade para o dia a dia. Aqueles cálculos todos, faziam-me uma confusão.... Perguntava-me constantemente, para que é isto necessário? Contente fiquei, quando numa das minhas idas à Betrand encontrei um livro de matemática que relacionava os cálculos com casos concretos da vida. Lembro-me de ter visto nesse livro imagens de um indíviduo a subir uma escada e ao lado a exposição de uma certa matéria (matéria esta na qual até tinha uma certa dificuldade). Daí que, concordo contigo. Há realmente, que explicar porque é que se fazem essas contas. Talvez se todos os professores de matemática pensassem como tu, os resultados dos alunos fossem outros. A vida é realmente injusta por vezes....

Kika disse...

Esta questão não se aplica só á matemática mas sim a todas as disciplinas em geral. Se o ensino fosse mais prático os resultados também seriam outros ( a matemática é um bom exemplo disso), contudo as novas pedagogias já ensinam os professores a orientar o ensino nesse sentido e ainda bem.

António Américo disse...

Bem vinda Ana a esta humilde tasca, e nada melhor como um tema "bicudo2 para afiar a conversa. Realmente a matemática não é um bicho papão, como é muitas vezes vista. Cabe aos professores contornar a forma do ensino, mas principalmente, cabe aos pais impor metodos de estudo e principalmente, metas a atingir. a falta de educação em casa de uma maneira geral, leva ao insucesso não só na escola mas tambem para toda a vida, neste mundo cada vez mais competitivo

Jeremias disse...

Olá Ana, mais uma vez,

Pela paixão com que te referiste à matemática pensei que fosses uma professora dessa ciência... é pena a vida não te ter dado essa oportunidade (ou pelo menos para já) uma vez que sei que terias dado um contributo importante à matéria.

A matemática é daquelas coisas basilares em qualquer educação (até mesmo para os profissionais das ciências sociais) e é mau ela ter um marketing tão negativo...

Eu acredito numa educação ainda mais básica, a educação ao amor ao conhecimento... a minha mãe sempre me educou a dar importância aos estudos, quase que de uma maneira sagrada, "O conhecimento é muito precioso e faz um homem". Desta forma sempre fui um bom aluno e dei importância à matemática ainda que não compreendesse a sua utilidade. É uma forma de pensar que quero passar aos meus filhos.

Resultado? Embora não gostasse de matemática em miúdo, sempre me apliquei nela e, por volta do 9º ano quando decidi que queria ser astronauta, apaixonei-me por ela ... :-)

Jaquim Pimpão disse...

Em primeiro lugar tenho que te agradecer por teres aceite o repto.
E depois dar o parabéns pelo post...
É bastante pertinente, eu infelizmente sou da geração que foi ensinado a fazer as coisas na matemática mais por mecânica mental, do que por perceber...
E infelizmente não era só eu, era uma percentagem elevadissima de colegas, os que se safavam tinham normalmente a "bengalazinha", das explicações...
Mas como em minha casa eramos 3 a estudar e um só a ganhar, não havia dinheirinho para "bengalas"...
Mas ainda bem que as coisas mudaram e para melhor...

Jaquim Pimpão

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Bom, eu tive uma Sra. professora no 1º ciclo, daquelas "tradicionais"... qdo chegava a hora dos "problemas de matemática" o pânico instalava-se na sala... nunca houve a preocupação de explicar a matemática. Felizmente tive isso em casa... A verdade é que se percebermos os conceitos e a sua aplicação no dia a dia, a matemática passa a ser uma brincadeira. Realmente tem que haver motivação para a matemática, mas a vontade de a perceber também depende de nós... não podemos culpar apenas terceiros pelo nosso insucesso.