Em tempos um homem chamado Freitas do Amaral, fundador de um partido de direita, surpreendeu tudo e todos ao declarar que iria votar no PS de Sócrates nas eleições. Houveram tumultos, rolaram cabeças e quase que o país foi abaixo.Depois, vejam-se lá as coincidências, Sócrates escolheu este homem da direita para seu Ministro dos Negócios Estrangeiros. Uma daquelas coincidências que, por ser tanta coincidência, ninguém acreditou. A teoria, dizem os arautos da desgraça, é que a coisa havia sido previamente combinada: uma mão lava a outra e os votos que tu me irás dar serão convertidos depois num "tacho".
Talvez nunca saibamos a verdade mas, como é lógico, temos razões para desconfiar.
Sempre considerámos os EUA um país com uma certa arrogância de nação desenvolvida e que, por isso, nunca se dignou a aprender algo com Portugal. Há dias descobri que podia estar enganado. Em questão de "jogo sujo" os EUA (que também não são inocentes nestas matérias) ainda podem ter muito a aprender connosco. E com Freitas e Sócrates.
Do que falo concretamente? Falo de Colin Powell, conceituado general americano que decidiu apoiar Obama a 15 dias das eleições dos EUA. Uma daquelas coincidências que nos deixam a nós, Portugueses, com uma sensação de dejá vu. Talvez esteja enganado mas parece-me que há aqui um "tacho" envolvido. Powell é uma pessoa que goza de uma boa reputação (o que trará votos a Obama) e será certamente um secretário de estado ou secretário da defesa popular. Talvez Obama esteja a cobrar a Powell esse lugar. "Quero dar-te um departamento mas tens de pagar um preço. Ajuda-me que eu ajudo-te."
Nunca fiz futurologia mas, se fosse dado a palpites, diria que esta era uma aposta ganha. Qual é a probabilidade de Obama chamar Powell para secretariar um departamento?

