quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Eu show Obama

Em tempos um homem chamado Freitas do Amaral, fundador de um partido de direita, surpreendeu tudo e todos ao declarar que iria votar no PS de Sócrates nas eleições. Houveram tumultos, rolaram cabeças e quase que o país foi abaixo.

Depois, vejam-se lá as coincidências, Sócrates escolheu este homem da direita para seu Ministro dos Negócios Estrangeiros. Uma daquelas coincidências que, por ser tanta coincidência, ninguém acreditou. A teoria, dizem os arautos da desgraça, é que a coisa havia sido previamente combinada: uma mão lava a outra e os votos que tu me irás dar serão convertidos depois num "tacho".

Talvez nunca saibamos a verdade mas, como é lógico, temos razões para desconfiar.

Sempre considerámos os EUA um país com uma certa arrogância de nação desenvolvida e que, por isso, nunca se dignou a aprender algo com Portugal. Há dias descobri que podia estar enganado. Em questão de "jogo sujo" os EUA (que também não são inocentes nestas matérias) ainda podem ter muito a aprender connosco. E com Freitas e Sócrates.

Do que falo concretamente? Falo de Colin Powell, conceituado general americano que decidiu apoiar Obama a 15 dias das eleições dos EUA. Uma daquelas coincidências que nos deixam a nós, Portugueses, com uma sensação de dejá vu. Talvez esteja enganado mas parece-me que há aqui um "tacho" envolvido. Powell é uma pessoa que goza de uma boa reputação (o que trará votos a Obama) e será certamente um secretário de estado ou secretário da defesa popular. Talvez Obama esteja a cobrar a Powell esse lugar. "Quero dar-te um departamento mas tens de pagar um preço. Ajuda-me que eu ajudo-te."

Nunca fiz futurologia mas, se fosse dado a palpites, diria que esta era uma aposta ganha. Qual é a probabilidade de Obama chamar Powell para secretariar um departamento?

5 comentários:

António Américo disse...

A política norte-americana não é melhor que a Europeia, direi mesmo, é menos civilizadA. Aprova disso são o recurso aos ataques pessoais e uso da mentira. Hilary clinton foi apanhada numa dessas mentiras. Agora Obama tem tudo a favor dele, até o slogan para evitar a abstenção: "estas eleicões, não vote em branco"... palavras para quê...

Jaquim Pimpão disse...

...Se calhar meu amigo é como eu digo no meu post..."É tudo uma questão de cor de pele"...
Para completar o "triunvirato" só falta a Condeleeza Rice(secretária de estado de G.W.Bush) declarar o seu voto a Obama, e teriamos uma "Casa Branca" vestida de "negro"...
Embora se isto acontecesse os amigos "Skins" de todo o mundo juntavam-se para por uma "bomba" para rebentar com a Casa Branca...

Jaquim Pimpão

Black Label disse...

É curioso notar que apenas os políticos com uma imagem mais séria, que passam a ideia de que são pessoas com sentido de Estado (Colin Powell e principalmente Freitas do Amaral), se podem “dar ao luxo” (e está entre aspas porque não devia ser um luxo) de mudar o seu posicionamento político, sem comprometer a sua imagem.

Correm o risco de serem apelidados de “vira-casacas”, mas, na verdade, nunca chegam a ser réus dessa acusação!

Hum... vodka limão, p.f. disse...

De facto a política é um negócio, e quem a exerce tenta manter, seja de que forma for, o seu "status" e protagonismo.

E com tanto "tacho", o que é realmente importante é que a "ementa" seja boa!...

Jeremias disse...

Black Label,

Se bem entendi o que estás a dizer eu concordo pessoalmente contigo. Eu pessoalmente também vejo Powell como alguém "credível" e, acima de tudo, um militar de referência pelo que pode (deve) exercer um cargo numa administração americana independentemente da cor política dessa administração. Não censuro Powell por "manifestar" simpatia por Obama, embora como militar de referência pudesse guardar a opinião para si para não "correr o risco" de ser visto como "vira casacas". Não o vejo nesses jogos políticos: talvez tenha apenas sido maldosamente usado pelos jornalistas de forma a passarem uma imagem de como o seu pessoal está contra ele e defende, agora, os seus opositores políticos.
Quanto a Freita do Amaral já não me pronuncio. Ele é "político de gema" pelo que não tem a aura de "independente" de Powell.