quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ensaio Américista...

Bom dia, caros taberneiros, clientes e amigos.
Mais uma semana, de frio, que parecia nunca mais chegar, novas noticias e claro, muita palhaçada. Há tanta novidade, que confesso que nem sei como começar.

Vou falar de um filme que tenho muita curiosidade em ver. É óbvio que falo do filme realizado por Fernando Meirelles baseado na obra prima do nosso José Saramago que foi prémio Nobel da Literatura em 1998 e que influencia muitos escritores e alguns outros aspirantes a escritores como eu que têm o habito (ou mau habito) de não utilizar qualquer tipo de pontuação deixando o leitor sem fôlego para acabar este paragrafo...
O dito filme estreou nos E.U.A., mas ao que parece não foi um sucesso, muito devido ao problema da crise económica que estreou primeiro que o filme. Esta quase sobreposição de eventos afastou a cobertura dos media... e como se não bastasse, o presidente da Federação Nacional dos Invisuais ( dos E.U.A.), Marc Maurer, afirmou terça-feira que a cegueira não é uma «alegoria muito inteligente para falar sobre o colapso da sociedade». «O filme retrata as pessoas cegas como monstros e isso é mentira. A cegueira não transforma pessoas decentes em monstros», indignou-se Marc Maurer. A história de Ensaio sobre a cegueira é sobre uma estranha epidemia de cegueira branca que gera o caos no seio de uma comunidade, o instinto de sobrevivência a sobrepor-se à civilização. Quem não gostou muito dos comentários, foi obviamente José Saramago. Desta vez não tratou mal os jornalistas, como aconteceu na altura do prémio Nobel, quando estes publicaram o seu discurso da cerimónia, dado á comunicação social pelo seu agente. Saramago por sua vez, respondeu «estupidez da federação de cegos nos Estados Unidos, que não percebeu que a cegueira é uma metáfora». Sr. Saramago, posso utilizar um adjectivo para as suas convicções políticas? UTÓPICA... Vou tentar usar uma frase também para completar o seu Esquerdísmo “faz o que eu digo, não faças o que eu faço..” A sabedoria popular ainda explica algumas coisas...

Mas o que considero bombástico, é esta minha filosofia de ponta que vou passar a explicar. Como sabem os 12 milhões de portugueses leitores da tasca, sou um estudioso do governo, mais propriamente da figura do nosso Primeiro-ministro. Esta semana, baseado no assunto comentado no parágrafo anterior, cheguei a uma grande conclusão. José Sócrates quer fazer história. José Sócrates agora é argumentista, realizador, actor e no final a sua obra ficará para sempre marcada na história económico-social desta grande nação à beira-mar “largada”... Ao bom estilo de um Reality-Show, José Sócrates tomou o poder, José Sócrates decidiu mal nas suas decisões e colocou o país em maus lençóis. Agora José Sócrates escreve história... José Sócrates é um dos protagonistas na sua novela “Ensaio sobre a Pobreza”... olhem bem o sketch publicitário : “A não perder esta triste realidade. Não perca esta saga, em que um país é posto á prova na sua bravura e resistência, a pressão humana no seu limite. Uma nação inteira. Veja como se pode sobreviver com salários baixos, impostos altos, caça à multa e condições de vida perto do limiar da pobreza...só os mais fortes é que sobrevivem...”

Outra noticia que tenho não é muito boa. O mundo do cinema altamente criativo está de luto. O realizador de origem italiana Gerard Damiano, morreu, no sábado, na Florida, aos 79 anos, vítima de complicações cardiovasculares. Gerard Damiano chegou a dirigir cerca de 50 filmes pornográficos, mas será sempre lembrado por "Garganta Funda", rodado numa semana em 1972 e protagonizado por Linda Lovelace, com um custo de 25 mil dólares americanos. Concerteza um nome para ser sempre lembrado pelos amantes da Sétima Arte. E já que falamos em “Pedagogia”, não esquecer que a quarta edição do Salão Erótico de Lisboa arranca na sexta-feira e vai contar com mais de 400 espectáculos, os mais conhecidos artistas eróticos e várias áreas temáticas. Como não podia deixar de ser, a nossa Tasca vai estar presente com um stand. Não caros amigos, não vai haver strip dos taberneiros e taberneiras e muito menos vai ser um stand de venda de beijos. Nós vamos estar presentes, com bebidas “caseiras” e altamente afrodisíacas. Tudo receitas antigas que estão na posse deste estabelecimento. Portanto apareçam, ou para cuidar do mal, ou perlongar o bem... são todos bem vindos

Um grande abraço e a continuação de um bom dia.

2 comentários:

Jeremias disse...

Não sabia que tinha havido polémica com a metáfora da cegueira.
Os EUA têm algo que eu considero bom mas que naquelas terras toma um valor exagerado: há sempre quem lute pelos direitos de uma qualquer minoria e, nesse sentido, louvo a sociedade americana pela sua participação activa na democracia. Em Portugal não somos, regra geral, participativos em nada. Mas, infelizmente, nos EUA a defesa dos direitos toma proporções de tal forma endémicas que se dão exageros desnecessários. São às centenas os episódios que conhecemos de processos sobre coisas sem importância nenhuma. Julgo que é algo que os americanos devem re-aprender a usar de forma a não consumir a sua sociedade. Estão-se a devorar a si próprios.

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Muito bom o Ensaio...

Quanto ao do Eng. Sócrates, não sei se terá muito sucesso... os portugueses já estão fartos da sua pobreza, provavelmente não estariam dispostos a ver esta triste realidade no ecrã... e ainda corremos o risco do Sr. Engenheiro vir dizer, tal como o Saramago, que esta pobreza é apenas uma metáfora!

Já o Gerard Damiano ficará para a história do cinema de baixo orçamento... não que eu tenha visto o "tal" filme... mas quem é que não conhece este título? :)