Na semana passada o nosso taberneiro António Américo escreveu um post interessante sobre uma censura que ocorreu no carnaval deste ano num carro alegórico onde o computador magalhães era alvo de chacota.
Sem conhecer bem o caso vou palpitar aqui que terá havido o sempre habitual aproveitamento político da situação e talvez a coisa não merecesse tanto barulho. Considero também que há coisas que não devem passar de certos limites e poder-se-á legitimamente perguntar se este episódio merece censura ou falta dela.
No entanto, e como comentei no post do António Américo, Thomas Jefferson disse um dia que o preço a pagar pela liberdade é a eterna vigilância. Devemos tomar esta frase como não se referindo apenas aos inimigos de fora mas aos de dentro também. Isto quer dizer que qualquer censura, por ridícula que seja, deve sempre ser "denunciada" e discutida. Se não o fizermos legitimamo-la e outras idênticas e piores surgirão. Até o dia em que não teremos, de novo, liberdade.
Na denúncia da censura penso que é melhor pecar por excesso que por defeito.
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7 comentários:
Encontrei também esta frase, que vai de encontro ao que te referes...
"Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade"
victor Hugo
Oi Vodka,
É uma excelente frase! vai muito ao encontro da de Jefferson. Ninguém gosta de responsabilidades mas que as temos de tomar temos...
Qulaquer pessoa visada por uma censura ou critica, deve valida-la, ou não. Faz parte do crescimento do homem, ter em conta uma visão diferente e assim aumentar o seu horizonte do conhecimento. quem não aceitar uma critica válida, não está apto para crescer socialmente e tornar-se-á reduzido no seu conhecimento.
Gostei da tua frase António: "quem não aceitar uma critica válida, não está apto para crescer socialmente e tornar-se-á reduzido no seu conhecimento."
Infelizmente há muita gente de cabeça dura que não as aceita.
É curioso que que este tema da censura, com este governo tem vindo à baila, de tempos a tempos...
Foi o médico que colocou um recorte de jornal que criticava o antigo ministro da saúde, num centro de saúde, foi castigado depois houve barulho na opinião pública e retiraram o castigo...
Foi o senhor professor que fez um comentário desagradável em relação ao PM, e foi castigado...
Agora isto...e entretanto há-de vir mais...
Porque a qualidade das pessoas que estão dentro do Estado, tem a mentalidade, de que quem é do contra é inimigo, um exemplo foi um artigo do Mário Crespo, em que, um ministro foi convidado para ir à SIC-Noticias ser entrevistado, até aqui tudo normal...
O problema é que o senhor telefonou duas vezes ao jornalista M.Crespo, primeiro a perguntar qual seria o alinhamento das perguntas e a dizer quais é que o jornalista podia fazer, depois voltou a ligar para dizer que não queria intimidades apesar de serem amigos, o tratamento seria "Sr. Ministro"...
Não estou a inventar, é deste governo o senhor, isto foi à pouco tempo...
Com pessoas destas no aparelho governativo não admira o resto, mas tudo é "perdoado" num país de esquerda...fossem outros de outra cor a fazê-lo eram considerados "fascistas"...
Jaquim Pimpão
Acutilante este comentario do taberneiro Pimpão! É caso para pensar se a distancia que separa os partidos avermelhados dos partidos azulados é menor que a distancia entre a nossa direita e o fascismo (o totalitarismo encontra-se nos dois extremos do espectro político, e ultimamente tenho assistido a posições mais radicais por parte do Bloco e não tantas por parte do CDS). A verdade é que quem agora faz uso do lápis azul são aqueles que se proclamam, desde o golpe de Estado de 74, os defensores da liberdade...
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