quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Afinal, a culpa é d' Ele...

Bom dia caríssimos taberneiros, clientes e amigos.
Estamos aqui reunidos, mais uma vez para o “regabofe” para o conhecimento e alimento da alma.
Venho mandar uma pedrada no charco. Nos últimos tempos temos assistido a uma crise e teimamos colocar as culpas sempre a inocentes. Os culpados são sempre o Barroso porque se foi embora, o Santana porque deitou tudo a baixo, O Sócrates porque não faz isto, o Bush porque bebe aquilo, o Clinton porque meteu aquilo na outra … Mas a verdade verdadinha, o grande responsável da crise é também o mesmo responsável por todas as outras catástrofes, e esses meus senhores, é Ele… o Criador… de todas as coisas visíveis e invisíveis. Se não vejamos, e vou tentar ser suscito:
Se Deus quando criou o mundo, tivesse feito o homem com os mesmos atributos dos outros animais, ou seja, sem a capacidade de pensar, haveria equilíbrio no mundo. Mas na altura Ele lembrou-se de beneficiar uma espécie, que tem vindo a acabar com outras e tenta aniquilar-se a si mesma. O mal não é a extinção do Homem, é que enquanto não é extinto, isto é flagelo… mas o homem tinha de ter inteligência, mas ter inteligência não significa que seja inteligente, pelo contrário. Com a mania da superioridade, leva-o a dominar as outras espécies, e quando isso não chega, há que ser o melhor na sua espécie. Aí chega a desgraça, o filho bate na mãe para fundar uma Nação e como não bastava há que continuar para sul e bater para dominar todos os que apareçam a frente. Nos nossos dias existem uns iluminados que enganam para dominar e a ainda outras que se não conseguirem enganar os que abriram os olhos, dominam pela força mais uma vez, como o outro que diz que põe os tanques na rua, caso a revolução social seja posta em causa com uma derrota nas eleições autárquicas. Mas o erro que tem atormentado mais foi um erro que se seguiu ao dar inteligência ao Homem. Deus tomou uma decisão que não é própria de um ser perfeito. Teve a mania das grandezas e revelou-se aos homens, deu a conhecer os mandamentos, o os seres pensantes organizaram-se. Ora já se está ver, esta organização de pensadores iluminados só veio piorar as coisas. É o mais comum ver os homens, que se dizem mensageiros da palavra Divina, atacarem outros Homólogos, a única diferença está nas vestes e em rituais, um ou outro caracolinho e o tempo da missa. Já me estava a esquecer também dos donativos. Só ainda não inventaram uma religião em que a meio, em vez de passar uma cesta vazia para encher de moedas e notas, passasse uma caderneta de Vales de Compra para hipermercados ou gasolineiras…
Se Deus não tivesse revelado a sua existência, muitas guerras teriam sido evitadas, muitas vidas poupadas e acima de tudo haveria mais paz no mundo. Mas por outro lado não haveria Fátima e outros lugares de peregrinação que não existiriam se não houvesse a dita crença. Da mesma maneira não haveria o Opus Dei, o que nos deixa nas duvidas, qual seria a Obra de José Maria Escrivã. Dado o gosto que tinha por chicotes e flagelação, certamente abriria uma Sex Shop ou um daqueles negócios de Mala Vermelha, para venda porta a porta de acessórios Sado masoquistas e sexuais. Também não haveria o Vaticano, nem o fumo branco quando houvesse um novo Papa… mas também as criancinhas não eram obrigadas a irem todos os domingos a catequese nem á missa, enquanto os pais maior parte das vezes ficam em casa a ver TV. Dizem que os filhos tem de ir, porque sim… Não querem deixar de ter um filho baptizado, não vão a missa nem sequer sabem nada, e dizem mesmo que não querem nada com a igreja, nem se identificam, mas fica bem ter o filho baptizado. Pelo sim pelo não, mais vale baptizar, não nos vá cair a desgraça em casa…e assim vão aumentado a estatística no número de fiéis, o que é certo é que as igrejas estão cada vez mais vazias, e os padres são cada vez menos. Por todos este pecados de culpa e não omissões, Deus tem uma pena perpetua de assistir para toda a sua eternidade, ver a sua obra imperfeita e assumir toda a sua culpa.
Amigos, um forte abraço e um bom dia para todos. E antes de beber, não esqueçam a oração para agradecer o vosso trabalho que realizaram, que proporcionou o dinheiro para poderem usufruir da pinga neste estabelecimento de Cultura e gastronomia.Forte Abraço

6 comentários:

Jeremias disse...

Oi Américo,

Um posto interessante para reflectir.
De facto a nossa religião é mais "sociológica" do que "espiritual" ou, como Samarago diz "Em Portugal somos todos Católicos".
Ainda me surpreende também como aqueles que se dizem Cristãos ainda frequentam (e acreditam) em "espiritualidades" como os bruxedos, mal olhados e lançamento de búzios quando, penso eu, são restos das religiões pagãs aqui da península ibérica antes da presença do Catolicismo... não sei. Talvez esteja enganado mas era interessante cada um de nós fazer uma análise para saber aquilo em que realmente acredita.

Jaquim Pimpão disse...

Como diria um qualquer padre..."Meu filho são os designios do Senhor, não se devem questionar...estás muito confuso meu filho...vinde ouvir a palavra do Senhor...para purificares a alma..."
Bem devo recordar que a Igreja Católica (e não só) tem uma vertente que admiro e que é muitas vezes esquecida...
São as missões em África (e não só) em que padres despojados de vaidades e ganâncias dão tudo o que tem em prol dos mais carenciados, trabalhando sempre em prol da comunidade, isto é o verdadeiro trabalho de Deus que honra Jesus Cristo e os seus disciplos...
Isto é fraternidade e solidariedade verdadeira,que devia ser ensinada e praticada nas catequeses porque mais que saber a catedra Deus quer que a apliquemos no nosso dia...
O que vemos por essas aldeias fora é "fundamentalismo decorado" que é pior que fundamentalismo religioso(prórpio dos países muçulmanos)...

Jaquim Pimpão

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Um bom texto, ao estilo que o caro Toinamérico nos habituou…

Li uma frase em que alguém dizia:”Deus não joga aos dados”…

Se Deus não joga aos dados, a que estaria Ele a jogar quando se lembrou de nós?
Já que somos um joguete nas Suas mãos, acho bem que O culpemos… Realmente, quem O mandou dar-nos esta oportunidade de nos tornarmos seres maiores e melhores?

Acho que devemos descartar todas as nossas culpas passadas e futuras e arranjarmos novo culpado… poderá ser o Criador… ou então… que tal a nossa “iluminada irmã” Ferreira Leite, que já sugeriu seis meses sem democracia… para “pôr tudo na ordem…”?

Chiquita do Amori disse...

Ó meu amigoooooooo.....culpar o criador pelos nossos erros????? Não me parece nada bem....
Já ouviste falar em livre vontade?????
Deus deu-nos inteligência, mas também nos deu a apelidada livre vontade.
Se não sabemos utilizar devidamente os seus instrumentos, não o culpemos.
Todos nós sabemos fazer a distinção entre o bem e o mal? Não sabemos??? Somos inteligentes e temos livre vontade, façam-se as escolhas. Os caminhos são vários...pondere-se as consequências. A cabeça não é só para os piolhos....

António Américo disse...

Não Gosto de fazer apontamentos aos comentarios que fazem a cerca dos meus post, mas chiquita, deverias ler com mais atenção oque escrevo. Na verdade eu não estou a por as culpas para Deus, até porque sou ateu. Neste texto estou a por em causa a sua obra e a sua existencia... por vezes é preciso ler as entrelinhas... deixar as pessoas a pensar é o objectivo.

Black Label disse...

Pessoalmente não acredito em Deus. Aliás, não consigo ter fé na existência de qualquer coisa que não possa ser explicada de forma racional. No entanto, a verdade é que quem tem essa ilusão terá, à partida, maiores probabilidades de ser feliz: Quando tudo o resto falha, recorre-se à fé!

De resto, as diversas religiões, para além de serem consequência directa da tentativa de explicar o que não se percebe e, consequentemente, daquilo de que se receia, são reflexo da forma como as diferentes sociedades, na sua constante evolução, resolvem os seus medos. Claro está que o controlo político da crença religiosa e dos rituais associados surge como um instrumento apetecível do controlo das massas e, se não houver o cuidado em manter inequivocamente separado o Estado da Igreja (seja ela qual for), potencialmente perigoso.