terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ser do contra...só por ser...

Boas tardes..."camaradas"...para não destoar da crispação politíca, típica a seis meses de eleições, que o partido comunista português consegue sempre instalar através de manipulação dos sindicatos afectos à CGTP...
Infelizmente, vejo pessoas como os professores, que à partida tem instrução mais que suficiente para saber analisar com racionalidade e imparcialidade, a situação actual no entanto deixam-se instrumentalizar por atitudes radicais, cujo o único fundamento é ser do "contra"...
Quando muitas vezes vejo a classe operária apanhada na onda do despedimento repentino, às entradas das fábricas, muitas vezes sem instrução básica a falar na televisão, porque são apanhados por jornalistas sedentos de "sangue", destes tenho pena porque são ignorantes, e maioria das vezes a culpa é das condicionantes dum país pensado para elites e que só à pouco tempo democratizou ensino, saúde ou segurança social...
Agora amigos professores representados, por um senhor sindicalista com bigode à "Lech Walesa" dos anos oitenta, com um discurso de sindicalista dos anos setenta...só penso, tem o que merecem, acho triste e pena não tenho nenhuma...
É verdade, que a Srª Ministra também radicalizou o seu discurso, mas penso que não teve outra hipotese, porque qualquer concessão que ela fizesse não chegaria, o sr "Lech Walesa" seria sempre do contra até que ela cedesse em tudo, é esta a "justiça social" da negociação sindical em Portugal...
Atirem-me areia para os olhos que eu gosto...
Será que esta luta não tinha mais lógica antes das aulas começarem em Julho, Agosto ou Setembro(nesta altura até compreendia a radicalização da luta)? ah peço desculpa e as férias dos senhores professores, que tolice a minha(agora da forma que se está a fazer só me cheira a instrumentalização de pais e alunos para uma luta que não é a deles, ou seja, oportunismo)...Será que o modelo de avalição é o ideal? concerteza que não, é a primeira vez que é implementado lógicamente de certeza que tem que sofrer ajustamentos, mas alguém ouviu a ministra a dizer que não os fazia? eu não ouvi...Propostas concretas dos sindicatos existem? nunca ouvi nada, a não ser "...não queremos este sistema, ponto final"...
Pede-se mais a uma classe letrada e instruida superiormente...por isso, chego à conclusão, que a classe corporativista dos professores não quer ser avaliada,o que é a ironia das ironias, porque quem passa a vida a avaliar não se quer submeter ao mesmo...curioso...mas triste...
E para mim radicalismo vai com respostas radicais, quem não quer colaborar despedimento por justa causa e incorporação do muito sangue novo que está no desemprego com o espírito aberto, e desespera por uma oportunidade de poder dar aulas no ensino público...
Desde já, quem me conhece sabe que eu nunca votei PS e nunca votarei, e sou muito crítico deste governo, no entanto sou ainda estudante universitário e tenho aprendido a ver as questões com racionalidade, isenção e desapaixonado do meu umbigo pessoal...

Por esta semana é tudo...estou à vossa disposição para ser "atacado"..."chicoteado"...não se acanhem eu sou fote e aguento...eheheh...


PS- com tanta crise esta semana não há promoções...

Jaquim Pimpão

2 comentários:

Jeremias disse...

Boas Pimpão,

Não te assustes em ser do contra só por ser. Eu, que defendi McCain, já estou habituado a críticas.

Agora, em relação à tua opinião: os professores não querem ser avaliados? Mas pergunto-te: avaliar o quê? O seu ensino?
Por lei, e ao que me parece, um professor não pode chumbar (agora chama-se "reter") um aluno até ao 9º ano. E, se um aluno não quiser passar 9 anos a estudar pode tirar o 9º ano em 6 meses (chama-se a isto "nova oportunidade).
Disse-me uma amiga que um explicador de matemática tem alunos que chegam ao superior sem saber fazer contas com números negativos (ex: -7+3 ).

E já pensaste que não podendo chumbar um aluno o professor tem de fazer provas onde todos tenham de passar? Ou seja, mal do professor de um aluno, num exame de matemática do 9º ano não souber responder a 1+1. Como o professor tem de o passar, tem de inventar "uma oral" ou outro meio para fazer a vontade à ministra e termos um país de pequenos Einsteins.

O que queres tu que se avalie? A impotência dos professores perante um sistema de ensino que faliu? O seu fantástico sistema de ensino que leva a que de um ano para o outro se tivesse o dobro dos alunos com aprovação a matemática?

O sistema de ensino nacional tornou-se uma anedota e os seus agentes, os professores, alvos de uma chacota e humilhação profissional. Como me disse uma amiga nenhum pai que estime a educação dos filhos coloca hoje em dia o seu petiz no ensino público. Seria dar-lhe a educação do facilitismo, da impunidade e da ignorância.

Eu, se fosse professor deste sistema, estaria do lado destes 100 mil que se manifestam. Já não somos crianças e não quero brincar às educações.

Jaquim Pimpão disse...

Amigo...
Mais razão me dás é que parece que o único problema dos professores é a avaliação, porque os restantes temas que mencionaste não são aflorados agora, e não foram alvo de manifestações nem de greves...
Será que a falta crescente de autoridade dos professores e o sistema de avaliação aos estudantes, não mereciam uma greve ou uma manifestaçãozita???
Daí eu ter escrito não me atirem areia para os olhos, grande parte move-se apenas e só pela defesa do seu umbigo pessoal, salvo algumas excepções...
Concordo que os professores perderam autoridade e a avaliação dos estudantes está pior, isto é tão grave como a avaliação dos professores...
E se tem juntado todos os temas no mesmo saco, se calhar tinham mais apoio do resto da sociedade...
Assim não...

Jaquim Pimpão