segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mudam-se os tempos

Bom dia a todos!

Num destes dias que não apeteceu pegar nos livros, resolvi ir ouvir umas músicas para descomprimir. Fui fazer uma busca no youtube (passo a publicidade), sem saber muito bem as músicas que procurava e dei de caras com um monte de discos (sim disse bem discos, os famosos discos de Vinil) de grupos para jovens como os Onda Choc ou o Mini Stars. Começando numa busca mais aprofundada sobre os discos desse tempo apareceram em catadupa. Quem não se lembra da Ana Faria com o seu disco “Brincando aos clássicos”?
Levada pela curiosidade e já esquecidas das suas letras, pus-me a ouvir alguns clips. Escolhi aqueles que fazem uma súmula dos seus discos ao longo dos tempos.
Interessante quando começo a prestar atenção às suas letras, são do género “não basta só cantar, também é preciso estudar. Vamos às aulas sem chumbar (…)” – esta dos Mini Stars. Ou algo do género “ainda não tenho idade para namorar, se quiseres vais ter que esperar” (Onda Choc), ou ainda “namoramos mas o pior é o pai dela que não deixa porque diz que ainda não tem idade.” (também dos Onda Choc).
Realmente os jovens de finais da década de 80 e inícios da década de 90 eram “educados” de uma outra forma relativamente ao que escutavam.
Como os jovens adoravam as letras, andavam sempre a pedir à família o último disco ou a tentar arranja-lo para poder fazer uma gravação em K7, a escrever as letras para as poder cantar na escola. A pedinchar aos pais a roupa da “Cenoura”, marca que patrocinava um dos grupos e a ficavam amuados quando ouviam “não!”. Porque naquela altura, um “não” era mesmo um “não”, já se sabia que não valia a pena insistir.
Havia de ser agora um grupo com os seus 16 ou 17 anos andar a cantar que não tem idade para namorar ou que gostam de ir a escola e tiram boas notas. E os pais a dizerem que “não podem sair até tarde” ou que “não vão ter a roupa da marca X ou Y”.
De facto mudam-se os tempos….

Pipas de Vinho!

Torrão de Alicante

8 comentários:

António Américo disse...

É verdade, como os tempos mudam. Por umas coisas mudou para melhor, mas noutras... Vamos ver o que daqui para a frente virá
um beijo para torrão de alicante

Jaquim Pimpão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jaquim Pimpão disse...

A sociedade também muda os tempos e as vontades...os individuos pertencentes a essa sociedade também mudam os tempos e as vontades dessa sociedade...
A sociedade portuguesa tem a capacidade de ser extremamente permeável a "modas", só comparável a países de baixo nível educacional e cultural...
E atente-se ao que os canais de tv portugueses mostram...
É a "pobreza" total, a qualidade relegada para último item a cumprir...
Realmente a questão impõe-se terão os tempos mudado para melhor? se calhar a nível financeiro e de estruturas...
Mas só isso não chega para uma sociedade ser considerada evoluída...digo eu...

Jaquim Pimpão

Kika disse...

Ainda bem que os tempos mudam, as vontades e os comportamentos. A questão é, como ja foi comentado, se por vezes mudamos para melhor ou para pior!!!

Jeremias disse...

Concordo contigo Torrão. A juventude anda numa de libertinagem exagerada que terá consequências sérias mais tarde nas suas próprias vidas. A valorização do estudo, o perigo das companhias, das drogas, do álcool... não é que nós fossemos santos na nossa época, mas julgo que as coisas estão um pouco pior agora.
Lembro-me de na primário o sonho de qualquer menina era ser bailarina. O bailado aliava duas coisas que qualquer menina gostava de ter: beleza e talento. Hoje as meninas querem ser top-models, pela beleza, dinheiro, jet7... o talento já não é tão valorizado.
Tanto quanto sei as crianças estão numa competitividade cada vez mais assustadora pela posse de ipods, playstations, roupa de marca, telemóveis de 500 euros... no nosso tempo isto também existia mas limitava-se à marca das sapatilhas (se bem me recordo, os melhores tinham nike, os 2s tinham adidas e a plebe tinha outras marcas).
Enfim, continuamos iguais, mas um pouco mais exagerados naquilo que traz o pior de nós.

Anónimo disse...

Muitas das crianças e adolescentes que há uns anos ouviam a Ana Faria e os Queijinhos Frescos, Os Onda Choc e os Mini Stars, são os pais desta geração de adolescentes.
Na minha opinião, os pais tentam compensar aos filhos, os “não” que ouviram muitas vezes quando tinham a idade deles. Então cai-se no exagero! Por isso os meninos pedem hoje e amanhã têm! E, sem grande esforço, vão recebendo os ipod’s, os mp3 ou 4 (que eu nem sei muito bem o que é!), os telemóveis de última geração, as consolas de jogos, etc.!
Neste aspecto acho que a mudança é para bem pior! Os miúdos crescem com a ideia de que tudo se consegue facilmente, sem qualquer esforço. E isso, na minha modesta opinião, é muito negativo para a sociedade que está a ser formada.

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Bom, já não sou bem do tempo dos Onda Choc, mas lembro-me quando apareceram... agora letras dessas não fariam sentido nenhum nesta geração de adolescentes. Acho também que não havia,(ou eu não notava tanto junto do grupo) o tal "tenho e tu não tens", mas na altura, como disse Jeremias,se calhar eram as sapatilhas...hoje em dia todos querem o seu telemóvel topo de gama, que muitos pais não podem comprar. E como disse a Ana, os miúdos têm a ideia que tudo se consegue sem trabalho e sem esforço...

Anónimo disse...

Cada vez mais se ouve dizer, na nossa sociedade e nos tempos que correm, que a juventude está perdida, que já não se respeitam valores, que antigamente nada era como agora…
Na minha opinião sempre houve respeito e ainda há, mas noutra forma, forma essa que a sociedade moldou ao longo dos tempos e o que era respeito noutros tempos mudou, para uma nova concepção de respeito por nós agora criticada. Foi um processo de socialização que ocorreu na sociedade.
Se reflectirmos bem, na nossa altura também tínhamos padrões estéticos e conceptuais mais avançados que os nossos pais e afins? Vocês nunca se viram como sendo mais inovadores e rebeldes que as anteriores gerações? A isso chama-se de egocentrismo intelectual e, por mais que digamos que não, todos nós já passámos por isso.
A juventude sempre foi rebelde e irreverente, isso está na massa do sangue, é isso que faz o mundo evoluir em determinados aspectos.
No entanto é importante que os responsáveis pela educação dos mais jovens não entrem numa política de facilitismos. Parece-me que se está a entrar num caminho perigoso, em que parece vigorar a banalização de direitos, a quase ausência de deveres, a falta de tempo dos mais velhos para com os mais novos e o olhar para as crianças e jovens como uns pobres “tadinhos” que não se podem cansar

Beijos e Abraços