quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Loira e o Salto Agulha

Agradeço o convite. Confesso que me assustei no início… E agora? Escrever o quê? Falar sobre o quê? Um assunto sério? Talvez qualquer coisa banal… estava complicado, porque de facto, poder ser comentado, torna tudo mais difícil… mas como disse uma vez a um amigo, todos nós já passámos por situações suficientemente tolas, engraçadas ou dramáticas que merecem ser lembradas…

Ultimamente tenho tido uns ataques fortes de nostalgia… talvez pelo reencontro de velhos amigos ou simplesmente porque, por vezes, nos apetece sair deste presente em que nos encontramos e voltar um pouco atrás, onde tudo era mais puro.
Tenho-me perguntado o que foi feito do tempo. “Daquele” tempo em que tudo e nada fazia sentido, em que tudo o que queríamos era sermos apenas nós…
E no meio desta espiral, deste foi e já não volta, onde ficaram os sonhos de antigamente, as ideologias, os amigos do peito, a nossa música (o Blitz à 4ª!), a roupa escura que nos identificava, as manias, os estilos assim e assado, as botas da tropa que jurei nunca deixar de usar… as loucuras próprias da irresponsabilidade de uma adolescência?... Tudo isso já foi, tudo isso ficou…

Bolas, que nostalgia…

A loira do salto agulha!... Sim, essa sou eu, assim como tantas outras loiras, loiros ou morenos que trocaram as velhas botas pelo sapatinho da moda… circunstâncias da vida, ou mero protocolo… que aqui se identifiquem. Aqueles que vivem agora no stress dos 30, coisa menos coisa, que transformaram as ideologias em convicções e preocupações, cuja vida é agora casa, trabalho, o orçamento, filhos talvez, com sonhos realizados, outros não…. Como é que chegámos aqui tão depressa? Para onde fugiu o tempo?...

“Pergunto ao tempo que passa, para onde foi aquilo que fiz
E o tempo cala e acha graça, o tempo nada me diz.”


Adaptação claramente livre de Manuel Alegre, Trova do vento que passa (oxalá ele não veja isto)

Humm... Vodka Limão p.f.

7 comentários:

António Américo disse...

Quero desde já agradecer à Vodka Limão por ter aceite este convite de participar nesta nossa tasca. A seguir quero felicitar por o excelente post, que nos faz lembrar a nossa adolescencia. Ao recuarmos no tempo alguns anos, ensina alguma coisa, principalmente que podemos ser felizes na forma mais simples, que são as emoções. Hoje a nossa preocupação é o que queremos ter e não tanto o que queremos ser ou queremos sentir. Bolas estou a ficar lamechas....

Kika disse...

Parabens pelo post!!! Fazem bem os ataques de nostalgia, levam nos a recordaçoes que nos marcaram e que nos passam um bocadinho ao lado por causa do tipo de vida que hoje em dia levamos. Sim, podemos ser uma loura ou morena com saltos agulha, mas o importante é o nosso ser, as nossas emoçoes, e aquilo que somos enquanto pessoas e isso nao muda.

Jeremias disse...

A nostalgia é aquele sentimento maravilhoso onde abençoamos a nossa vida pelos momentos alegres e tristes que passámos no passado.

Quais são as minhas nostalgias? As travessuras de criança, as tolices da puberdade as coisas parvas da adolescência... os amores dos 16, 17 e 18 anos... os choros que tive pelos abandos dos mesmos e por acreditar que nunca mais ia conhecer alguém assim...

Somos criaturas tão frágeis e tão felizes. E sentimo-nos abençoados por ter experimentado tão nobres sentimentos.

Obrigado pelo teu post, vodka.

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Eu é que tenho que agradecer a oportunidade.
Obrigada a todos! :)

Chiquita do Amori disse...

Ora viva a todos.
Compõem-se a tasca, que contento fico.
Curioso post.
Ainda no outro dia estava eu a tentar decidir sobre que tema iria abordar quando pensei:
E se escreve algo sobre os nossos sonhos? Como eles se vão alterando ao longo da vida?
No fundo propunha-me reflectir sobre os mesmos. E então, porque não?
Era um bom tema, penso eu…
Quantas pessoas não escrevem os seus pensamentos?
Bem, isto para dizer que o interessa é escrever e participar, independentemente de tudo.
O post ficou fantástico. De coisas simples, fazem-se por vezes coisas interessantes.
E a nostalgia pelo passado é uma constante na nossa vida, pelo menos na minha vida é. Vive-se o futuro mas com o pensamento por vezes no passado. Somos humanos e racionais.
Enfim….Obrigada, Vodka.

Jaquim Pimpão disse...

Fico contente com este post, principalmente porque motiva o nosso taberneiro Toinoamérico, que faz coments com mais de 3 linhas e diz mais qualquer coisa que o trivial "bom post"...por isso três vivas à nossa(o) amigo(a)...vodka com limão...

Jaquim Pimpão

António Américo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.