terça-feira, 15 de abril de 2008

O país do "desenrasca"...

Ora caros clientes hoje vou manter em debate o tema lançado pela nossa Chiquita do Amori...o bicho papão do século XXI, chamado "Globalização"...
Que bicho é esse? pergunta um cliente ao fundo da taberna, de ressaca da SAL(semana académica Leiria)...
E mais uma vez, como é meu apanágio para contradizer as minhas colegas, por isso gostava de começar por mencionar, que povo (português) é este tão receoso desse "monstro" quando descendemos de homens, que "domaram" esse outro "monstro" no seu tempo e época, que dava pelo nome de Adamastor...e nesse tempo vencemos e prosperámos...
Já sei está toda a gente a pensar, "Lá vêm este com a história gloriosa do país", mas leiam até ao fim e vão perceber...
É que, "raça lusitana" de hoje não é a mesma, ou seja, as qualidades e defeitos são diferentes naquela época o português aventurava-se sem saber o que ia encontrar, sem temer pela vida e sem saber se regressava...meus amigos comparando com os dias de hoje qualquer pessoa dirá "...eram doidos...nunca na vida me aventurava com estas premissas..." pois bem, foram estas premissas que nos trouxeram riqueza, influência no mundo e o que sobrou até aos dias que correm,esta lusofonia "global" (nem tudo é mau)...
Transpondo para os dias de hoje o "monstro" permite-nos viajar pelo mundo sem grandes restrições, comunicar no momento (via mail e não só), trabalhar em qualquer parte do globo facilmente e estudar (Erasmus e não só), isto tudo a custos financeiros "democráticos" (acessíveis a toda a população)...
Só que o problema dos portugueses é terem medo quando as premissas foram completamente invertidas, ou seja, hoje sabe-se o que se vai encontrar (a internet permite isso), o risco de vida é diminuto e com as "low costs" regressar é fácil e barato...então qual o medo? é encarar o ir para fora como um desafio e não como uma última necessidade (espírito de aventura)...
Mas não fazendo como qualidade principal portuguesa, o "desenrascanço" e é aqui que falhamos...
Porque é realmente uma qualidade, particular, necessária e muito portuguesa, apreciada lá fora mas não pode ser a principal , tem que ser secundária e quando assim é, temos uma mais valia que nos diferencia dos outros "povos"...
E para terminar deixo só uma frase que define bem a nossa sociedade, dum jornalista desportivo(Rui Santos/Record), que eu até nem gosto muito, mas reflecte o que penso:
"...Se ao português se se deparar a possibilidade de ganhar mais trabalhando menos, a propensão para procurar atalhos de abundante facilitismo resulta quase num impulso sanguíneo..."

E assim fica dificil combater o "monstro", que se calhar não deve ser combatido...

Jaquim Pimpão

PS- Em honra da SAL, sai uma rodada à borla, paga o Jaquim...

3 comentários:

Jeremias disse...

Sim... junte-se a isso a já frase infame "A trabalhar ninguém enriquece", característica do povo português, e podemos já ver que continuamos por caminhos (atalhos, como lhe chamas) perigosos....

António Américo disse...

Mais uma frase para juntar que é diz bastante: O unico sitio onde sucesso vem primeiro que o trabalho, é no dicionário...

Chiquita do Amori disse...

País do desenrasca....só?
Não poderemos também dizer que somos um país dos....bem os brasileiros chamam-lhe, se não estou em erro, de trambiques não é assim? Isto é para não utilizar palavras mais fortes tipo vigarice, fraudes, corrupção, etc....
Enfim....