domingo, 4 de maio de 2008

Cá p'ra mim estão-me a dar música (ou não)!

Para a leitura deste post convém o cumprimento dos seguintes requisitos:
Recomendados:
Sala com iluminação ténue,
CD da banda sonora do filme "O Tubarão"

Mínimos:
CD da banda sonora de um outro qualquer filme de terror (a gosto)


Hoje estava para voltar á "carga" com um assunto relacionado com a energia, no entanto optei por uma outra temática, o preço da cultura em Portugal.

Falo nomeadamente do preço da música.

De facto como todos nós sabemos o preço de um CD é exorbitante, diria até mais, quase proibitivo. É certo que 21% (20% a partir de Julho) servem para pagar impostos, tal como na maioria dos bens mas aqui o preço tão elevado deve-se a outros factores e esses factores estão relacionados com o circuito de produção distribuição destes produtos. Quando falo de produção estou a referir-me às editoras pois o preço da produção propriamente dito é bastante baixo, de uma forma geral (cerca de 2,5% a 3%) do valor que nós pagamos. E também se sabe que os artistas recebem apenas um pequeno valor por cada CD vendido. Logo a quase totalidade do valor pago é distribuído pelo circuito de comercialização, para além das já referidas editoras. Mais ainda, tendo em conta que os retalhistas não são quem mais ganha, como é do meu conhecimento em conversa com várias pessoas dessa área, estes lucros restringem-se às editoras e armazenistas. É óbvio que os negócios não servem para ter prejuízo mas o que é justo é justo e o que é injusto é injusto e os preços que nós pagamos são altamente injustos.

Felizmente existem já alguns grupos / autores que abriram a "pestana" e deram alguns exemplos no sentido de demonstrar que não estão satisfeitos com esta situação, até porque também já perceberam que teriam mais a ganhar se tudo funcionasse de forma diferente, estas atitudes são de louvar na minha muito modesta opinião.

P.S.: Caso não tenha sido utilizado nenhum CD com uma banda sonora de um filme de terror, é compreensível. Pudera, ao preço a que os CDs estão!!



Meninas! Molhos!!!
Traçadinhos

Auto da Tasca - Zé Manel

5 comentários:

Torrão de Alicante disse...

Olá a todos!
Concordo pois se eles fossem mais baratos e a um preço justo para todos tb comprava mais.
Pipas de Vinho
Torrão de Alicante

P.S. - O fim d smn foi em grande! Agradeço a todos. Vai um brinde!

Helder disse...

Bom,

As editoras e grupos podiam juntar aos Cds um livro (mais de 60 pág.)e assim beneficiava-se do IVA a 5%.

Isso iria trazer o beneficio de juntar ao som da música o gosto pela leitura, fomentando-se ainda mais a cultura.

Se não estou em erro, os Rádio Macau em 2006 fizeram isso, juntaram ao CD um Livro, e para quem gosta de música classica há editoras que juntam ao Cd as partituras.

António Américo disse...

Na minha opinião, as editoras, têm que fazer a mesma coisa que a generalidade das empresas a nivel mundial, têm de adaptar a esta globalização. È de conhecimento geral que com a era do cd, os custos de produção baixaram. Com a Internet as pessoas deixaram de comprar musica tambem porque está mais acessível e porque os cds têm um preço elevado. Se baixarem os preços, de certeza que as vendas serão maiores.

Jaquim Pimpão disse...

Meu amigo depois de um fds em grande um tema interessante...e no nosso país há outro problema é que esse tema só vem à baila na comunicação social através de duas formas os artistas a queixarem-se e com razão e a "senhoras editoras" a queixarem-se da pirataria...ou seja...o tema é apresentado como uma "grande injustiça" da globalização que faz diminuir os lucros fantásticos de quem nada cria e que apenas distribui e promove...mas por outro lado os custos também diminuiem mas no preço final ao consumidor nada...

PS- Meninas cuidado com os molhos e com os "botellons"...

Jaquim Pimpão

Chiquita do Amori disse...

Resta-nos recorrer à net.
É prejudicial para o negócio de alguns mas o consumidor não pode pagar preços tão altos pelos CD.
Por mais reticente que eu seja quanto ao uso das novas tecnologias, nomeadamente as informáticas, neste aspecto....
"valha-nos a net".
É catastrófico, eu sei....mas as nossas carteiras não aguentam tamanha despesa.