terça-feira, 13 de maio de 2008

Emigração...porquê a última opção?

Esta semana, vou abordar um tema polémico qb, com o intuito de gerar discussão na tasca...
E isto, porque estou "cansado" de ver e ouvir tanta gente a queixar-se da "pseudo crise" do país e da taxa de desemprego entre os licenciados...
E começo, por este último ponto, hoje em dia nos dias que correm toda a gente entre paizinhos e filhos ambiciona, o belo do canudinho fazendo um "esforço" para a sua obtenção...isto sem ponderarem a escolha curso, verificarem a sua viabilidade no futuro por um lado e sem o Estado orientar os jovenzinhos, fazendo uma triagem para adequar o caminho escolar ao perfil dos mesmos...
Este caminho escolar poderá ser ensino superior ou a via profissionalizante (escolas profissionais), vão me dizer..."ah isso já existe"...ok é verdade, mas não está bem divulgado...
Acabando o curso é exigido a um país com 80% de PME's, que absorva todos os licenciados que saem das universidades e politécnicos todos os anos, é meramente irrealista...porquê? porque estas PME's, não geram receitas para pagar o salário correspondente ao nível de formação, por outro lado também muitas vezes não necessitam dum grau tão elevado de formação na empresa...o que se segue...desemprego...
Ora, no meu ponto de vista a seguir há duas opções, a primeira é um licenciado sujeitar-se a trabalhos menores e ganhar um mísero salário tendo como consequência desmotivação e vida precária...
Ou segunda opção, emigrar, mas fazê-lo não como uma fatalidade nem como última opção da vida mas aproveitando o "comboio" da globalização e encarar um início de carreira, internacionalmente...como forma de aprendizagem tanto profissional como cultural...
Há muitos países em vias de desenvolvimento carenciados de licenciados, e que oferecem condições não só financeiras como de vida muito boas...vão me dizer, há tem "custos" familiares elevados...é verdade mas no presente porque no futuro podem regressar com um estatuto diferente, acrescentando valor ao país...
E este "acrescentar valor" não é como antigamente, em que os nossos emigrantes regressavam ao fim de uns anitos depois de construir a vivenda tipo "palácio" de preferência com telhado para a neve (já a prever as alterações climáticas) e abriam um café (ou pastelaria ou mercearia) na aldeia e continuavam a trabalhar de sol a sol...rica vida...
Portanto, o "acresentar valor" que me refiro é trazer para o país "know-how" e "skills" que fazem a diferença na economia e que apesar de não parecer geram mais valor(financeiro) no longo prazo tanto individual como para o país...isto comparando com o café da aldeia...claro...
Como diz, o maior "opinion maker" do país Marcelo R.Sousa, o maior valor e único que os filhos vão herdar é a educação (cursos superiores) que ele fez questão de pagar...

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Jaquim Pimpão

8 comentários:

António Américo disse...

É uma grande verdade, mas porque é queeste pais, em que segundo o governo, está a crescer, e as apostas feitas na tecnologia não se tem um efeito no mercado de trabalho? na verdade e ao que parece estamos a retroceder, em vez de melhorar o nosso mercado estamos a competir com países mais atrasados. Supostamente o nosso Know-How não esta a ser relevante na globalização, economicamente o nosso país não consegue competir no patamar elevado da industria. Emigrar pode ser sim uma boa resposta a falta de trabalho e/ou procura melhores salários

Anónimo disse...

Pois é!!! O grande objectivo destes jovenzinhos é terem um canudo para exibir, não se preocupando muito, na altura da escolha do curso, com as saídas profissionais.
A emigração é, de facto, uma hipótese mas, considero que há ainda muito a fazer no nosso país. E, muitos destes jovens deviam ser treinados a procurar as oportunidades que ainda cá existem... treinados a por a massa cinzenta a funcionar!
Só uma observação: parece-me que o tasqueiro Jaquim Pimpão está a ficar sem sentido de humor!

Jeremias disse...

Há especialistas que defendem que uma licenciatura é sempre uma mais-valia até para empregos geralmente ocupados por pessoas sem habilitações literárias. A visão que um licenciado traz para o local de trabalho é sempre enriquecedora para esse local.

Não há na nossa classe empresarial o reconhecimento deste facto. Alie-se a isto também a exploração do trabalhador, pelo pagamento de salários injustos, e pode-se verificar que os empresários não gostam de ter em suas empresas cabeças pensantes... é triste.

Hum... vodka limão, p.f. disse...

Todos têm direito a ter o seu canudo... a responsabilidade da escolha de um curso com saída profissional é de cada um... quem o faz que assuma essa responsabilidade. O facto de se ir para o estrangeiro trabalhar, não tem que ser factor de desespero ou vergonha, mas sim de realização profissional e aquisição de know-how. Ha muitos licenciados que o preferem fazer, mesmo antes de procurarem emprego no seu país...
O que era realmente bom, era que todos esses conhecimentos que possuimos fossem valorizados e aplicados aqui... porque como diz Jeremias:"A visão que um licenciado traz para o local de trabalho é sempre enriquecedora para esse local."

Jaquim Pimpão disse...

A vodka completou o meu pensamento, no entanto o Jeremias com alguma responsabilidade em áreas de formação, não se esqueça que a educação dos nossos licenciados não é provocar mudanças nas empresas antes pelo contrário eles entram nas empresas e acomodam-se...E aqui d'el discutir estratégias...dá trabalho e obriga a pensar...ora quando emigram são mesmo "obrigados" a aplicar todo o conhecimento(a pensar e discutir)...
Porque se aplicassem o que estudam a nossa economia não estaria no estado em que está...
O mercado está duro com os tais empresarios que tem falta de visão, já não tem hipotese, falência...

Jeremias disse...

Pimpão concordo contigo sobre certas mentalidades que o licenciado deve combater e que, regra geral, não estão muito despertas em cada um. Foco aqui duas:

- Mentalidade #1: o meu curso é bom para ser assalariado de alguém - esta mentalidade redutora significa que o licenciado tem medo de agir, criar e depender de si mesmo. Combatida fomenta o empreendedorismo, que é algo que o nosso país precisa.

- Mentalidade #2: o meu curso preparou-me para um local de trabalho onde tenho determinadas funções - esta mentalidade significa que o licenciado tem medo de ser um agente de mudança dentro do próprio emprego assalariado em tudo o que fuja da sua esfera de conhecimento. Combatida fomenta nosvas práticas de trabalho, mentalidades pensantes e um gosto por aprender coisas novas.

Chiquita do Amori disse...

Já pensaram nas razões que motivam os "jovenzinhos" a ingressar numa licenciatura?
Pergunto-vos:
- Quantos de vós não aspira ganhar mais dinheiro?
- Conseguem viver ou sobreviver com o salário mínimo?
Atitudes empreendedoras são pedidas aos nossos "jovenzinhos" licenciados mas estas também podem ser manifestadas nos próprios locais de trabalho. É só uma questão dos empresários lhes darem uma oportunidade.

Anónimo disse...

há uns tempos remotos, tirei uma licenciatura que, quando iniciada, tinha saída profissional...pois passaram 4 anos mais um de estágio...5 anos após o inicio...ao terminar já estava considerada como lotada em termos profissionais...não tive a capacidade de prever o futuro, aliás, ninguém tem!!!